Gaza é aqui, ali e acolá!


Uma guerra sangrenta, sem fim. Parece que há muitos e muitos anos, Israel e Palestina se esqueceram que, por mais diferentes que sejam, são todos iguais. E então, quando eu me pego sentada em frente ao computador para escrever essas linhas, diversas coisas passam pela minha cabeça. Imagens que refletem os dois povos, são algo que deixam impossíveis os argumentos para dar a Israel o nome de ‘’terra santa”.

Mortes, muitas mortes. Crianças inocentes, pais de família. Todos assassinados pelo ‘’capricho’’ de governantes que, podem, mas não querem, parar um confronto que diz respeito a eles, somente a eles. Homens que utilizam o nome de Deus para justificar mortes.

Mas que diabo de deus é esse pertencente ao srº Benjamin Netanyahu que o faz cada vez mais perverso a ponto de dizer que, muitas vidas ainda serão perdidas até que Israel alcance seu objetivo?!? A acusação de crimes de guerra não podem fazer mais vítimas inocentes. E eu me pergunto (e te pergunto também, por que não?), - por que Netanyahu não ‘’sai na mão’’ com o líder do Hamas?


Foto: Khalil Hamra / AP


O fato é que, essa guerra é uma moeda de vários lados. Uma guerra que está desaparecendo com o território palestino. Enquanto os líderes de Israel e Palestina confrontam-se em uma guerra verbal de um lado e um mandato de assassinato do outro, a ONU e sua ‘’missão de paz’’ é pateticamente barrada pelo presidente Barack Obama e outros líderes de altas potências do planeta.

Já é tempo de termos (termos porque a liberdade é direito de todos), a Palestina livre. Mas, aí, eu reinicio o raciocínio. Como eu, brasileira, posso pedir a ‘’libertação’’ do povo palestino se Gaza também é aqui? Como pedir a liberdade, se muitos Amarildos e Cláudias morrem todos os dias por policiais no Rio de Janeiro? Como pedir a liberdade, se, todos os dias dezenas de pessoas morrem, vitimas de policiais militares incompetentes e não dignos de exercer sua função?!?

Em época de Mundial da FIFA, um mundo explodiu lá fora, bem longe do casulo chamado Brasil. E ao mesmo tempo, um mundo explodiu aqui dentro, num lugar chamado Rio de Janeiro. E por que não comparar Eduardo Paes, Cabral e Pezão, com líderes do Oriente Médio, se, muitas e muitas vezes morrem mais gente por aqui do que nos confrontos de Gaza?!?



A impressão que dá é que, a única diferença entre os nossos diabos e, os deles, é que, os nossos, travestem uma ‘’liberdade inabalável’’. Uma liberdade censurada. Como a que fizeram com os grafiteiros Mundano e Crânio, ao apagarem suas obras bem ali, na esquina da Consolação com a Paulista, bem ali, onde a burguesia fede seus milhares tons de cinza a céu aberto. E nesse caso, os diabos levaram água na cara! Ou melhor, no muro. Como todos os outros repressores, Alckmin e Haddad tiveram ‘’seu cinza’’ retirado por Mundano, que deixou mais um recado: “apaguem a repressão e não a nossa voz.”

E então, de forma expressiva, eu faço outra pergunta, - de quantos Mundanos precisamos para acabar com os diabos do mundo, em época auto retratada de ‘’tempos mundanos’’? De quantos bilhões de pessoas precisamos para acabar com meia dúzia de lideres que, acabam com inocentes todos os dias? Talvez a resposta esteja dentro de nós mesmos. 

Talvez a resposta se chame coragem, voz. Talvez a resposta seja apagar o medo e bater de frente. Porque em tempos de guerra, perdemos grandes homens, poetas que eram capazes de mudar o mundo com suas linhas e textos intrigantes. Porque em tempos de guerra, ‘’a pena e a lei’’ tornaram-se inimigas do povo. Porque em tempos de guerra, os governantes anunciam a sua pessoal ‘’farsa da boa preguiça’’. Porque em tempos de Guerra, todos nós somos palestinos, independente de qual local do planeta vivemos. E porque em tempos de guerra, futuramente se me perguntarem sobre o ocorrido eu direi: ‘’não sei, só sei que foi assim”.



Créditos/ Imagens: Agência Brasil (Policiais do BOPE em favela do RJ) / Mundano (via Facebook. Esquina da Consolação com a Paulista)

Comentários

  1. Texto de ideia, postura e palavras fortes de reflexão. As coisas só mudaram quando o povo (único e exclusivamente capaz de mudar a atual situação) acordar e enxergar que detêm esse poder em mãos. Caso contrário a tendência é cada vez pior.

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